Uma comunidade unida pela comida em Lisboa

Make Food Not War pretende juntar a comunidade através da gastronomia vegetariana e da música tradicional do Médio Oriente,África e América do Sul.Comida confeccionada com o coração por refugiados e migrantes a viver em Lisboa.

Gastronomia do mundo para integrar refugiados

O projeto Make Food Not War dinamiza jantares focados na gastronomia do Médio Oriente, África, América do Sul e Ásia. Além de oferecer refeições deliciosas, o projeto serve também como plataforma de integração e empoderamento de refugiados e migrantes a residir em Portugal. Fundado em Outubro de 2016 como resposta à situação de guerra na Siria, por Paulo Alvares,que já conhecia vários projetos sociais que usavam a gastronomia do Médio Oriente como forma de ajudar financeiramente refugiados.Juntou-se à Associação Crescer e à Cozinha Popular da Mouraria(CPM) e os aromas do Médio Oriente invadiram a cozinha.

A Cozinha Popular da Mouraria, em Lisboa, é um espaço de intervenção social que funciona como centro multicultural de partilha e aprendizagem, onde todos cozinham e comem em conjunto. Através de diversas atividades dirigidas à comunidade local, o projeto promove o empreendedorismo e o convívio e também incentiva à produção local, combatendo o desperdício alimentar.

O mote principal do projecto Make Food Not War – Food as a vehicle for social change – é convidarrefugiados e migrantes a viver em Lisboapara cozinharem as mais deliciosas iguarias da sua região, que são depois servidas emalmoçosejantares mensais, em várias associações da zona histórica de Lisboa. Neste ponto reforça-se novamente a ligação à comunidade, já que os locais que abrem as portas aoMake Food Not Wartêm invariavelmente um cariz associativo, que dinamiza também a comunidade lisboeta local. OGrupo Sportivo AdicenseeaSociedade Boa-União,em Alfama, ou oGrupo Desportivo da Mourariasão alguns dos espaços que já acolheram a iniciativa.

«Para começar, fizemos um “Master Chefe árabe”, que contou com 25 pessoas do Iraque, Palestina, Afeganistão, Síria e da Eritreia. Entres eles formaram grupos de cinco pessoas e depois de ‘castings’ um primeiro grupo de cozinheiros foi escolhido para cozinhar na Cozinha Popular da Mouraria», referiu Paulo Alvares. A verba angariada das refeições (entradas, sopa, vários pratos principais, sobremesas e bebidas à descrição) é distribuída pelos refugiados. A grande função do projeto é precisamente ajudar financeiramente quem precisa, até que arranjem trabalho. «Quando virmos que já têm a vida mais encaminhada chamamos outro grupo».

Os primeiros almoços foram servidos apenas para amigos até que um dia o Presidente da República bateu à porta. Marcelo Rebelo de Sousa sentou-se à mesa para apoiar a causa e, claro, para comer, que ajudou bastante na divulgação do projeto.

«Não fizemos crowdfunding,não pedimos apoio ao governo nem à Câmara nem a ninguém.Nem nos candidatamos a financiamento nenhum.Nem dissemos que íamos ajudar os migrantes e refugiados.Fizemos primeiro e depois sim falamos.Investimos o pouco dinheiro que tínhamos e avançamos e três anos depois continuamos.Criamos pontes de diálogo em vez de muros de discórdia.Criamos contacto entre as pessoas em que a comida tradicional era o elo de ligação entre culturas diferentes.A receita destes eventos reverte para os migrantes e refugiados e todos os que nele trabalham.Demos o mote para que outros negócios neste âmbito surgissem como o Mezze, Tayybeh etc.E como a situação do refugiados e imigrantes não é só do Médio Oriente passamos para outras latitudes.Eventos da Venezuela, Gana e Nigeria.» – Make Food Not War

Contactos e reservas:

https://www.facebook.com/makefoodnotwar17/

makefoodnotwar17@gmail.com

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