Aromas e sabores do Lago Alqueva

https://aromas-sabores-lago-alqueva.com/ é uma plataforma dinâmica, destinada a mostrar por quem e onde se produzem os Aromas e Sabores das Terras do Grande Lago Alqueva (1), para já com destaque para azeite, azeitonas, doces e bolos, mel, enchidos, queijo, plantas aromáticas e medicinais e vinho. 9 produtos com provas dadas, em matéria de originalidade e qualidade, e grande relevância na economia e sociedade deste território.

Entre a informação e ferramentas disponibilizadas, em permanente evolução, encontra:

  • Dados sobre a localização (exacta ou aproximada) e os contactos dos produtores
  • Textos sobre o território e os aromas e sabores
  • Folhetos sobre os aromas e sabores, para descarregar
  • Formulário de inscrição ou de alteração de informação, por parte dos produtores
  • Ligações de interesse, para acesso a informação adicional sobre o território e os sectores de produção visados
  • Blogue destinado à partilha de experiências ligadas aos aromas e sabores deste território (brevemente)

O uso de coordenadas, tendo como base um mapa interactivo, proporciona uma melhor compreensão da geografia destas produções e facilita o contacto – nomeadamente o contacto no local – com os seus protagonistas, procurando-se com isso impulsionar o consumo dos seus produtos e a fruição do próprio território.

Mas também se visam objectivos ligados ao aprofundamento do comércio de proximidade e das dinâmicas de funcionamento em Rede, neste caso pelo fomento das ligações entre as próprias empresas inscritas.

Este território, nas suas manifestações mais saborosas e aromáticas, está vivo e recomenda-se. FAZEMOS A PROVA DOS 9?

(1) O território transfronteiriço das Terras do Grande Lago Alqueva integra os concelhos e ayuntamientos de Alandroal, Alconchel, Cheles, Moura, Mourão, Olivença, Portel, Reguengos de Monsaraz, Serpa e Villanueva del Fresno.

Este trabalho, realizado pela ADCMoura, fez parte do projecto ADLA – Acções para o Desenvolvimento das Terras do Grande Lago Alqueva, tendo beneficiado do apoio financeiro do Programa POCTEP/ FEDER.

Projecto Matéria

Chef João Rodrigues apresenta plataforma para promover produtores nacionais: https://www.projectomateria.pt/

O Matéria é um projecto sem fins lucrativos que pretende promover os produtores nacionais com boas práticas agrícolas e produção animal em respeito pela natureza e meio ambiente, enquanto elementos fundamentais da cultura portuguesa.

Com este mote:

“Vivemos numa época em que estabelecemos, com a comida, uma relação de absoluta confiança, em que aceitamos tudo o que comemos sem questionar seja o que for.

Quantas vezes pensamos na origem dos alimentos que ingerimos?
Será que sabemos de onde vêm?
Como são produzidos?
Como chegam até nós?
Quais as paisagens que os encerram?

Será que conhecemos quem os produz? As dificuldades por que passam? Em que condições o fazem? O trabalho que está implícito?

Os produtores são os guardiões do território, do saber fazer, das tradições, dos costumes e em última análise da nossa identidade.

Queremos que eles façam parte do processo diário da nossa cozinha, da nossa aprendizagem, da nossa filosofia e da mensagem que queremos transmitir. Para que isto aconteça, temos de ir ao seu encontro e percorrer o País de Norte a Sul, estar dispostos a passar tempo e perceber o que fazem e como o fazem.”.

O Projecto Matéria é financiado pelo Turismo de Portugal, conta desde o início com a Icel e o Grupo Altis Hotels como parceiros no desenvolvimento, e com o apoio institucional da Comissão Nacional da Unesco.

FONTE: https://www.projectomateria.pt/pt/sobre

Alentejo, Paisagens Gastronómicas from Projecto Matéria on Vimeo.

Mezze Portugal – Sabores do Médio Oriente

MEZZE PORTUGAL, pela PÃO A PÃO – INTEGRAÇÃO DE REFUGIADOS DO MÉDIO ORIENTE

«O que levamos para a mesa não são apenas pratos saborosos, preparados por mãos cheias de histórias. Levamos também inclusão, solidariedade e tolerância.»

Mais um projecto feito por e para refugiados, essencialmente da Síria. «Perguntámos a uma estudante síria a viver em Lisboa do que tinha mais saudades. Ela respondeu: “Pão sírio!”» Este foi o ponto de partida para um projecto de integração absolutamente pioneiro em Portugal: um restaurante de comida árabe, o Mezze, onde se dá formação e emprego a refugiados do Médio Oriente. Aproveitam-se assim as competências que muitas mulheres e jovens trazem consigo e dão-se-lhes as ferramentas para que o seu trabalho — e a sua identidade — sejam valorizados, criando assim soluções de empregabilidade sustentável e contribuindo para uma verdadeira inclusão.

Mezze significa sentar-se à mesa com amigos e família, e partilhar petiscos e conversas. É uma festa de pequenos pratos coloridos e apetitosos onde nunca falta o pão, para ser degustada com tempo. E é de partilha de que é feito este projeto, da Associação Pão a Pão, para dar trabalho e estabilidade a um grupo de 10 refugiados maioritariamente sírios. Começaram por organizar jantares de grupo no mercado de Santa Clara, mas rapidamente evoluiram para a abertura de um restaurante. Não só porque não havia nenhum restaurante sírio em Lisboa, como a existência de um serviria vários propósitos: ajudar a reintegrar as pessoas (“Portugal tem muitas medidas para acolher os refugiados sírios, mas não muitas no que toca a reintegrá-los na sociedade”) e mostrar aos portugueses a sua cultura. Além da gastronomia, organizam também workshops e debates, que ajudam a aproximar, a diminuir o desconhecimento e a esbater preconceitos.

O Mezze abriu em Lisboa, no Mercado de Arroios, em Setembro de 2017. Tem sido destacado como um exemplo de sucesso na integração de refugiados, nomeadamente pelo primeiro-ministro António Costa, pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e pelo Comissário Europeu daMigração, Assuntos Internos e Cidadania, DimitrisAvramopoulos. A Associação Pão a Pão venceu ainda o prémio de empreendedorismo social da Fundação PSA – Peugeot Citroen (França) e obteve um financiamento do Julia Taft RefugeeFund.

Mezze

by Associação Pão a Pão – Integração de refugiados do Médio Oriente

paoapao@mezze.pt
facebook.com/paoapao.associacao
instagram.com/mezze_portugal

https://www.mezze.pt/

Uma comunidade unida pela comida em Lisboa

Make Food Not War pretende juntar a comunidade através da gastronomia vegetariana e da música tradicional do Médio Oriente,África e América do Sul.Comida confeccionada com o coração por refugiados e migrantes a viver em Lisboa.

Gastronomia do mundo para integrar refugiados

O projeto Make Food Not War dinamiza jantares focados na gastronomia do Médio Oriente, África, América do Sul e Ásia. Além de oferecer refeições deliciosas, o projeto serve também como plataforma de integração e empoderamento de refugiados e migrantes a residir em Portugal. Fundado em Outubro de 2016 como resposta à situação de guerra na Siria, por Paulo Alvares,que já conhecia vários projetos sociais que usavam a gastronomia do Médio Oriente como forma de ajudar financeiramente refugiados.Juntou-se à Associação Crescer e à Cozinha Popular da Mouraria(CPM) e os aromas do Médio Oriente invadiram a cozinha.

A Cozinha Popular da Mouraria, em Lisboa, é um espaço de intervenção social que funciona como centro multicultural de partilha e aprendizagem, onde todos cozinham e comem em conjunto. Através de diversas atividades dirigidas à comunidade local, o projeto promove o empreendedorismo e o convívio e também incentiva à produção local, combatendo o desperdício alimentar.

O mote principal do projecto Make Food Not War – Food as a vehicle for social change – é convidarrefugiados e migrantes a viver em Lisboapara cozinharem as mais deliciosas iguarias da sua região, que são depois servidas emalmoçosejantares mensais, em várias associações da zona histórica de Lisboa. Neste ponto reforça-se novamente a ligação à comunidade, já que os locais que abrem as portas aoMake Food Not Wartêm invariavelmente um cariz associativo, que dinamiza também a comunidade lisboeta local. OGrupo Sportivo AdicenseeaSociedade Boa-União,em Alfama, ou oGrupo Desportivo da Mourariasão alguns dos espaços que já acolheram a iniciativa.

«Para começar, fizemos um “Master Chefe árabe”, que contou com 25 pessoas do Iraque, Palestina, Afeganistão, Síria e da Eritreia. Entres eles formaram grupos de cinco pessoas e depois de ‘castings’ um primeiro grupo de cozinheiros foi escolhido para cozinhar na Cozinha Popular da Mouraria», referiu Paulo Alvares. A verba angariada das refeições (entradas, sopa, vários pratos principais, sobremesas e bebidas à descrição) é distribuída pelos refugiados. A grande função do projeto é precisamente ajudar financeiramente quem precisa, até que arranjem trabalho. «Quando virmos que já têm a vida mais encaminhada chamamos outro grupo».

Os primeiros almoços foram servidos apenas para amigos até que um dia o Presidente da República bateu à porta. Marcelo Rebelo de Sousa sentou-se à mesa para apoiar a causa e, claro, para comer, que ajudou bastante na divulgação do projeto.

«Não fizemos crowdfunding,não pedimos apoio ao governo nem à Câmara nem a ninguém.Nem nos candidatamos a financiamento nenhum.Nem dissemos que íamos ajudar os migrantes e refugiados.Fizemos primeiro e depois sim falamos.Investimos o pouco dinheiro que tínhamos e avançamos e três anos depois continuamos.Criamos pontes de diálogo em vez de muros de discórdia.Criamos contacto entre as pessoas em que a comida tradicional era o elo de ligação entre culturas diferentes.A receita destes eventos reverte para os migrantes e refugiados e todos os que nele trabalham.Demos o mote para que outros negócios neste âmbito surgissem como o Mezze, Tayybeh etc.E como a situação do refugiados e imigrantes não é só do Médio Oriente passamos para outras latitudes.Eventos da Venezuela, Gana e Nigeria.» – Make Food Not War

Contactos e reservas:

https://www.facebook.com/makefoodnotwar17/

makefoodnotwar17@gmail.com

Produtos de qualidade no centro de projecto europeu

Qualidade e denominações de origem em destaque no encontro do projecto Passeurs de Culture, em Bordéus

Entre 9 e 11 de Janeiro de 2020, a ADCMoura e a Escola Profissional de Moura voltaram a Bordéus (França) para participarem na segunda mobilidade formativa, destinada a técnicos, do projecto Passeurs de Culture (Transmissores de Cultura), do programa Erasmus +, dedicado à valorização do património alimentar europeu.

As diversas actividades realizadas tiveram como tema comum os processos de qualidade e denominações de origem das produções alimentares e os significados dos selos de certificação de acordo com a realidade dos países representados na parceria: França, Espanha, Itália e Portugal.

O azeite de Moura, produzido pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, foi o eleito na apresentação da comitiva portuguesa como exemplo de produto local certificado, que culminou numa sessão de degustação, acompanhada de pão e mel alentejanos, muito apreciada pelos participantes.

Neste domínio, foram realizadas visitas de estudo nos arredores de Bordéus a duas casas de produção de vinho “Bordeaux”,  para conhecer a história, o terroir, o saber-fazer, mas também os problemas e os desafios, entre os quais os relacionados com as alterações climáticas, que se colocam ao mítico vinho francês, e ainda a uma unidade de criação de esturjões e de produção de caviar,  a aguardar a atribuição de certificação IGP-«Indicação Geográfica Protegida» , a qual, a concretizar-se, tornará o caviar o 219º produto certificado da região de Nouvelle Aquitaine.

Este encontro transnacional serviu ainda para preparar as próximas mobilidades formativas, quer a dirigida a técnicos, que se realizará em Moura, em Maio, quer a destinada a alunos e professores, que terá lugar, já em Fevereiro, na região de Nouvelle Aquitaine.

O projecto Passeurs de Culture congrega sete entidades de quatro países: ANNA – Agence d’Alimentation Nouvelle Aquitaine (Bordéus/França), na qualidade de coordenadora, Établissement Publique Local d’Enseignement et de Formation Professionelle de Saintonge (Saintes/França), ADCMoura e Escola Profissional de Moura (Moura/Portugal), Fondazione “Istituto Tecnico Superiore” (Parma/Itália), Fundación Universitaria San Antonio (Murcia/Espanha) e Associación Empresarial de Investigación Centro Tecnologico Nacional de la Conserva y Alimentación (Molino de Segura/Espanha).

Como podemos tornar acessível aos jovens uma alimentação de alta qualidade, produzida localmente e amiga do ambiente? Como podemos sensibilizá-los face aos desafios da alimentação no futuro?

Em resposta a estas questões, o projecto Passeurs de Culture visa dar aos jovens estudantes do ensino secundário e universitário, dos sectores agrícola e hoteleiro, a possibilidade de desenvolverem competências através do intercâmbio de boas práticas e conhecimentos sobre alimentação sustentável, produção local e valorização do património.

Este projecto desenvolve-se em torno de 4 eixos:

1. Vou cozinhar em tua casa, que consiste em 4 viagens, motivando jovens de cada um dos países/regiões participantes a descobrirem as práticas do património culinário e gastronómico dos seus homólogos europeus nos domínios da alimentação sustentável e da valorização das produções locais;

2. A realização de recursos educativos em torno de 4 temáticas: Qualidade e Selos de Certificação de Qualidade e Origem; Questões sociais e alimentação sustentável; Património alimentar local; Tendências de consumo e distribuição de produtos locais;

3. O FabLab Passeurs de Culture, que permitirá aos jovens adquirirem ferramentas para proporem ideias inovadoras e colaborativas de modo a melhorarem e valorizarem o seu património alimentar local, trabalhando em modo de projecto;

4. O nosso diário de viagem, que contempla a produção de um vídeo comum aos 4 países, em que os jovens darão conta das experiências vividas, dos encontros, das técnicas descobertas, das recolhas realizadas… Como resultado final, será definida uma Rota Europeia de Sabores, ligando os 4 países do consórcio e, ao mesmo tempo, proporcionando uma descoberta enriquecedora do legado culinário do sul da Europa.

O projecto Passeurs de Culture termina em Agosto de 2021.

Catálogo digital de recursos silvestres do Alentejo

Já se encontra disponível on-line, em alentejonaturalproducts.pt, o catálogo digital  de Empresas, Produtos e Serviços de fileira de apoio à promoção internacional da fileira dos recursos silvestres do Alentejo, que constitui uma das actividades do projecto Internacionalização dos Recursos Silvestres 2020, inserido no Programa PROVERE, nomeadamente na estratégia de eficiência coletiva (EEC) “Valorização dos Recursos Silvestres do Alentejo”. Encontra-se traduzido em 3 idiomas (espanhol, francês e inglês).

Promovido pelo NERBE/AEBAL -Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral , em parceria com a ACIECALM – Associação Comercial, Industrial e Empresarial do Concelho de Almodôvar, a ADCMoura – Associ-ação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura, a ARPTA—Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo , a Turismo do Alentejo, ERT, o Município de Almodôvar e a Câmara Municipal de Mértola, destina-se a empresas, sediadas no Alentejo, que produzem e/ou comercializam produtos e serviços da fileira dos Recursos Silvestres, nomeadamente mel e derivados, cogumelos, figo-da-índia, medronho, plantas aromáticas e medicinais, recursos cinegéticos e recursos piscícolas de águas interiores e pretendam internacionalizar a sua actividade junto dos mercados de Alemanha, Espanha, França e Holanda.

Para adesão a este catálogo, basta que os empresários interessados preencham um breve formulário constante da plataforma.

Para além do catálogo digital, fazem parte do projecto as seguintes actividades:

–Guias de Mercado, de apoio à internacionalização para a fileira dos recursos silvestres para os mercado alvo;

–Acções de prospecção internacionais aos mercados alvo, para identificação de oportunidades de mercado para a fileira;

–Visitas de reconhecimento de prospectores internacionais ao Alentejo para conhecimento da oferta regional, com realização de programa de visitação e reuniões b2b com empresas da fileira;

–Participação em feiras internacionais, para promoção internacional dos recursos silvestres do Alentejo.

Espera-se que com este projecto se contribua para promover a competitividade da fileira dos Recursos Silvestres, como iniciativa sustentável centrada no Território, potenciando o sucesso da internacionalização das suas PME, através do desenvolvimento de mecanismos inovadores de prospecção, conhecimento e acesso a mercados internacionais e do estímulo a iniciativas colectivas inovadoras.

Portrait : Vanessa Botella

Chef combativa e comprometida


Lenço colorido no cabelo para disciplinar os cachos castanhos, anel na narina, elegante jaqueta de cozinha justa, Vanessa Botella, exibe um rosto sereno: o da chef que acaba de atender 70 pessoas. No cardápio diário: salada da estação, tarte saborosa com butternut e batata e queijo branco cremoso com baunilha. Uma pequena taça de vinho para acompanhar tudo … Uma refeição saborosa, com produtos locais e sazonais por apenas 4 €, tem sido a aposta diária de Vanessa desde que assumiu a Brasserie du Réseau Paul Bert.

Um curso atípico

Aos 32, a jovem afirma ter uma carreira atípica. Nascida em uma família de donos de restaurantes bretões, ela ajudou os pais na sala de jantar desde muito cedo … o suficiente para decidir evitar fazer disso sua profissão. Atraída pela arte e pelo artesanato, formou-se em costura, tapeçaria, decoração e artes aplicadas. Ela completou seu treinamento com um bacharelado profissional em comércio. Aos 22 anos e ainda bem formada, ela luta para arrumar um emprego na decoração. Para ganhar a vida, ela faz uma infinidade de atribuições temporárias. Enquanto ela está prestando serviço de quarto na cantina de uma grande empresa industrial, a cozinheira está atrasada … Espere até que as panquecas do cardápio não sejam feitas, a menos que a jovem bretã, para quem as panquecas não têm segredos, entre na cozinha. Ela não hesita um só momento e é a revelação “Durante toda a minha escolaridade, procurei um campo artístico onde me revelar. Com a cozinha, finalmente encontrei! ». Longo será o caminho de Vanessa antes de chegar para se tornar uma chef. “O trabalho é muito masculino. Não é fácil para uma mulher ser aceita “. As portas se abrem, porém, os chefs confiam nela, ela consegue seu CAP em apenas nove meses, parte para viajar ao Laos para pensar sobre a forma como deseja compartilhar sua concepção de cozinha.

Cozinha local saudável e sazonal

Ao retornar a Bordeaux, ela se ofereceu para ser voluntária na Rede Paul Bert. O lugar na cozinha está ocupado, deixa pra lá, ela cuida dos suprimentos. “Rapidamente disse a mim mesmo que não era possível ter colmeias no telhado e horta na rua e continuar comprando dos atacadistas alimentos congelados, produtos industriais ou latas para a cervejaria. Sugeri aos diretores nos buscar junto a produtores e artesãos, para oferecer produtos locais e sazonais “. O sourcing de Vanessa é eficiente! Impossível encontrar no Espace Paul Bert uma garrafa de plástico ou uma lata. Xaropes são feitos no local, sucos de frutas frescos espremidos sob demanda, vegetais fornecidos por uma AMAP (Association pour le Maintien d’une Agriculture Paysanne).

Desde outubro de 2018, Vanessa também assumiu a cozinha. E já que “nós a contratamos para abalar hábitos!” “Ela faz: apresenta cardápios vegetarianos uma ou duas vezes por semana, reserva a quarta-feira para peixes frescos:” este é o dia em que temos mais crianças. Estou muito atento à origem e à sazonalidade. Aqui não verá a perca do Nilo ou camarão de Madagascar!”. Convicções aliadas a um aguçado senso de desenvoltura que vem em parte de sua experiência no Laos, “as pessoas lá cozinham sem nada e fazem pratos malucos!” ». Bernadette Lopes, presidente da Rede Paul Bert, acrescenta: “A Vanessa investe muito, inventa com os recursos à sua disposição e não hesita em cozinhar com as sobras. Não só é bom, mas é um alimento sem desperdício “.

“Neste trabalho, tem que ser radical”

Se a paixão e a profissão de Vanessa são cozinhar, ela gosta de lembrar que é também a dimensão social e humana da Brasserie Paul Bert que a emociona, principalmente o trabalho com os colegas, muitos voluntários, alguns dos quais com verdadeiras dificuldades sociais. Combatente, obstinada, Vanessa se vê como uma “lutadora”, principalmente desde que se tornou mãe. “Tenho orgulho de ter conseguido ganhar respeito por mim mesmo. Nesta profissão, não deve ser tímido, deve ser radical. É o que a jovem empreende dia após dia na Rede Paul Bert, ao mesmo tempo em que reserva um tempinho para armar novos projetos: plantar na rua uma praça de ervas aromáticas para usar na cozinha e lançar um programa de alimentação na Rádio Paul Bert, a estação de rádio do centro. Com sua força de convicção, tenho certeza de que a jovem terá sucesso!

Informações práticas

Paul Bert Network

2 Rue Paul Bert, 33000 Bordeaux

Telefone +33 (0) 5 56 79 20 44

animation.rpb@orange.fr

https://www.facebook.com/reseau.bert/

© Sonia Moumen (repórter de intercâmbio) para Champs Libres membro da Kus Alliance France

Portrait : Charline Fournier

La cuisine : un engagement


Au sein du Centre social et culturel de l’Estey à Bègles, une commune de  27 000 habitants proche de Bordeaux, Charline Fournier a développé deux initiatives particulièrement singulières autour de la cuisine : le Bistrot et le Bistrot mobile. Deux projets entre convivialité et insertion sociale. Parce la cuisine est un engagement.  

Avec des parents qui tenaient une pension de famille, nul doute que Charline a été immergée très tôt dans l’univers de la restauration. Pourtant, quand arrive le choix de ses études, la jeune femme, sensible aux valeurs de solidarité et d’entraide, opte plus volontiers pour le métier d’animatrice socioculturelle. Elle s’intéresse notamment à l’éducation populaire et à la citoyenneté mais aussi à l’entreprenariat. D’abord dans le Médoc, une zone rurale et viticole de Gironde, prestigieuse en matière de vins mais où la population connaît de grandes difficultés sociales et économiques. Charline y crée une ludothèque itinérante de rue. « La mobilité est ancrée en moi. Pour toucher les gens, je suis toujours passée par l’itinérance et le hors-les-murs » précise la jeune femme qui a pour autre credo la participation des habitants aux projets. « Cela m’a toujours tenu à cœur. J’aime que les gens ne soient pas de simples spectateurs mais acteurs de ce qu’ils sont et de ce qu’ils font ».

L’alimentation et la cuisine au cœur du projet social de l’Estey

Lorsque Charline est recrutée il y a un peu plus de huit ans au Centre social et culturel de l’Estey, c’est pour y créer une ludothèque : « je suis venue ici pour le jeu » précise-t-elle avec un air de malice dans le regard. Une fois le projet sur les rails, Charline qui n’aime pas la routine, prend deux ans de disponibilité pour créer à Bacalan, un quartier populaire de Bordeaux, Le Café des familles. Ce café a pour particularité d’être mobile pour permettre de toucher un maximum de familles du quartier, au plus près de là où elles vivent. En parallèle, elle fonde les Minidettes, un food truck imaginé avec une amie. Outre la gestion quotidienne du food truck, Charline se découvre un grand intérêt pour la cuisine.

Deux ans plus tard, lorsqu’elle revient à l’Estey, un bistrot y a été créé mais plus personne dans l’équipe ne peut s’en occuper. « On m’a demandé si je voulais m’en charger. C’est de là que l’aventure est partie. J’ai besoin de projets pour ne pas m’ennuyer, j’ai mis le bistrot existant à ma sauce ! », détaille Charline avec l’enthousiasme qui la caractérise.

Elle commence par repenser la décoration avec un groupe d’habitants. Frais et coloré, le bistrot possède à présent un petit côté « chic cosy » particulièrement apprécié des convives. En parallèle, elle rassemble au sein du centre social un groupe de bénévoles très actifs (ils sont six aujourd’hui) qu’un projet « cuisine » intéresse. Elle développe un volet « insertion » en créant notamment deux postes destinés à des personnes désireuses de se former et de trouver un métier : l’un de second de cuisine, l’autre au service. Les valeurs du restaurant sont aussi celles de Charline « solidarité, transmission, entraide ».

Une fois le bistrot en place et parce que Charline aime imaginer des projets itinérants, elle lance une version mobile du bistrot : le fameux Bistrot mobile. Ce projet de street food qui permet à des jeunes parfois un peu perdus de trouver leurs voies est une telle réussite que Charline imagine déjà un nouvel étage à la fusée…


Informations pratiques

Bistrot et Bistrot mobile de l’Estey

20 rue Pierre et Marie Curie
33130 Bègles

Tel +33 (0)5 57 35 13 00

https://estey.mairie-begles.fr/

https://estey.mairie-begles.fr/le-bistrot-de-lestey/

https://www.facebook.com/centresocialcultureldebegles/


© Sonia Moumen (rapporteuse des échanges) pour Champs Libres membre de Kus Alliance France

Focus Réseau Paul Bert

Une ambition agroécologique autour de l’alimentation

En plein cœur de Bordeaux, dans un ancien bâtiment art déco, l’association Réseau Paul Bert est devenue au fil des années un lieu de rencontre entre personnes en grande précarité et habitants du centre ville. L’un des piliers de ce centre social particulièrement engagé : l’agroécologie et le bien-manger pour tous.

À l’angle de la rue Paul Bert et de la rue des Ayres, en plein cœur du Bordeaux historique, surgit l’imposante silhouette d’un bel immeuble art déco des années trente. Larges baies vitrées, porte d’entrée en ferronnerie, installation lumineuse pensée par l’artiste plasticien Claude Lévêque à la renommée internationale… On a du mal à imaginer que ce bâtiment de 1000 m2 est un centre social et culturel.

Le lieu propose un hammam, des douches, une laverie, des cours de français et d’informatique, les services d’écrivains publics, des permanences sociales, neuf logements très sociaux (dont six d’urgence), mais aussi – et c’est plus singulier – une brasserie, un rucher et même un potager… Cela fait longtemps qu’ici l’alimentation et l’agroécologie, au même titre que la culture, l’éducation, la santé ou l’accompagnement social, sont au centre de l’engagement de l’association.

Des ruches au milieu du bitume

Le projet le plus emblématique en la matière est sans doute celui de l’installation de ruches sur le toit-terrasse du bâtiment. Non sans fierté, Christophe Philippe, le directeur, salue les premiers pas du centre en matière d’apiculture. « Nous avons eu jusqu’à six ruches, produit jusqu’à 180 kilos de miel. La mise en pot s’est faite ici, au bar. De l’élevage du cheptel à la distribution des pots de miel, nous avons progressivement appris à maîtriser toute la chaine de production ! ».

Installer des ruches en pleine ville n’a pourtant pas été une affaire simple : « Au milieu du bitume, en plein cagnard, on s’est dit que nos abeilles auraient du mal à tenir le choc… Cela nous a poussé à végétaliser le toit-terrasse avec des plantes mellifères, des légumes, mais aussi des herbes aromatiques ». Hélas, les apprentis apiculteurs voient rapidement arriver les frelons asiatiques. Loin de se décourager, ils cherchent aussitôt une solution écologique. Ce sera l’installation d’un coq et de quatre poules « Noire de Janzay », une race bretonne réputée chasseuse d’insectes et que le frelon asiatique n’effraye pas ! Cette poule en fait même volontiers son repas, l’attrapant d’un coup de bec quand il est en vol stationnaire devant les ruches, puis le décapitant pour ne manger que le corps plein de protéines. Effet collatéral de l’arrivée d’un poulailler sur le toit ? Le chant matinal du coq ne séduit pas tous les riverains. « Cela a permis d’ouvrir le dialogue, de parler du projet. Créer du désordre fait aussi parti de notre méthodologie » précise Christophe d’un air malicieux, avant d’ajouter que « le mécontentement peut aussi produire de la solidarité ».

Un potager dans la rue

Le mécontentement du voisinage, le centre social y est aussi été confronté lors de l’installation d’un potager dans la rue, quelques grincheux préférant y garer leurs voitures plutôt que d’y voir pousser tomates et courgettes. La tension monte, la presse en parle, le conseil municipal s’empare de la question et le maire de l’époque, Alain Juppé, finit par trancher : « On ne va quand même pas faire tout un fromage de cette histoire de plants de tomate ! ». Les lasagnabed, ces litières issues de la fermentation de carton, gazon, fumier et feuilles mortes, posées à même le pavé peuvent donc continuer tranquillement à se transformer en terreau et à recevoir de nouvelles plantations au fil des saisons.

Les gamins et habitants du quartier viennent y glaner quelques fruits et légumes, un lombricomposteur est installé. « Avec nos cent participants, c’est devenu le dernier salon où l’on cause. C’est une manière pour nous de nous réapproprier l’espace public, non pas pour en faire notre propriété, mais pour en faire usage » précise Christophe qui rêve depuis de végétaliser rien moins que toute la rue !

Une brasserie populaire mais de luxe

De la production de légumes sur le bitume à la création d’une brasserie, il n’y a qu’un pas que le Réseau Paul Bert n’hésite pas à franchir. « C’est important d’embarquer les gens dans des aventures exigeantes » précise le directeur de la structure, pas peu fier d’afficher « complet » tous les midis. C’est qu’à la table du Réseau Paul Bert, on mange bien, sain et équilibré pour la modique somme de 4 €. « Ici, les gens paient. Ils ne paient pas très cher mais ils paient. L’échange économique pacifie les relations » précise Emmanuel Jourdes, le directeur général, avant de poursuivre : « le luxe, c’est important, pour toutes les classes sociales. Notre souci est d’offrir aux classes très populaires une nourriture que la bourgeoisie peut se payer ».

En charge de ce luxe à prix réduit, une équipe elle aussi réduite : Vanessa, la cuisinière et des salariés et bénévoles en cuisine et au service. À la brasserie, on peut être un jour bénévole et un autre jour client, donner de son temps ou apporter des ingrédients. Vanessa s’est ainsi vu offrir par un client du restaurant plusieurs kilos de coings. Fruits de saison qu’elle a immédiatement transformés en… dessert du jour. Emmanuel Jourdes avoue être fier de ce projet. « C’est une vraie brasserie populaire, pas taillée pour les pauvres. La mixité est y bien développée, l’ambiance est familiale et décontractée. On a reconstitué une place de village ».

Ruches, potagers, brasserie… quand on lui demande quels seront les prochains projets du Réseau Paul Bert, il évoque en souriant la création d’un spot d’astronomie sur le toit-terrasse « les pieds dans le jardin, la tête dans les étoiles ! ».


Informations pratiques

Réseau Paul Bert

2 Rue Paul Bert, 33000 Bordeaux

Tel +33 (0)5 56 79 20 44

animation.rpb@orange.fr

https://www.facebook.com/reseau.bert/


© Sonia Moumen (rapporteuse des échanges) pour Champs Libres membre de Kus Alliance France

Focus Refugee Food Festival

Quand les cuisines bordelaises s’ouvrent au monde

Lorsque des restaurants ouvrent leurs cuisines à des cuisiniers réfugiés, cela donne le Refugee Food Festival. À Bordeaux, les organisateurs cherchent à inscrire leur travail au-delà de ce simple événement médiatique. Ils accompagnent aussi l’insertion des réfugiés, à l’instar de Fatma Mulai. Originaire du Sahara occidental, la jeune femme est arrivée à Bordeaux dans un fourgon avec son tout jeune fils. Elle est aujourd’hui salariée d’une institution bordelaise. Récit d’une insertion par la cuisine particulièrement réussie. 

« Le 28 mars 2016, je suis arrivée à Bordeaux le 28 mars 2016 », martèle la jeune femme dans un français mâtiné d’arabe et d’espagnol. Cette date, elle s’en souvient comme si c’était hier, elle qui a fui le Sahara occidental, est restée plusieurs années en Algérie, avant de débarquer à Bordeaux après un long et douloureux périple. « Je ne connaissais personne ici, je ne parlais pas français, mon fils avait deux ans et quatre mois, il pleurait beaucoup, il avait faim. Je suis allée au COS – Centre pour réfugiés et demandeurs d’asile – mais il était fermé. Un homme m’a proposé de m’héberger au camp des Sahraouis. Nous étions seulement trois femmes, c’était sale, je n’y ai passé qu’une nuit ! Une seule ! Le lendemain, le COS était ouvert et j’ai pu déposer une demande d’asile ».

La galère des demandeurs d’asile

La demande d’asile déposée, Fatma doit encore trouver un endroit où dormir. Expériences douteuses chez des personnes peu scrupuleuses, hôtels à 20 kilomètres de Bordeaux, retour au camp des Sahraouis… Fatma galère y compris pour trouver à manger « j’ai mendié pour la première fois de ma vie ». Le CADA (Centre d’accueil de demandeurs d’asile) lui trouve finalement une chambre dans un appartement à Villenave d’Ornon. Les autres femmes viennent d’Albanie, du Kosovo, de Lybie ou encore du Tchad. Elle y reste 10 mois, son fils est scolarisé.

En février 2017, on lui trouve un studio dans le centre de Bordeaux. Elle emménage, tout semble se passer au mieux, quand patatras !, sa demande d’asile est refusée : « je l’ai très mal vécu, j’ai beaucoup pleuré »… Mais il en faut plus pour que Fatma se décourage, elle s’accroche, explique sa situation « à la justice » et obtient finalement une réponse positive quelques mois plus tard.

À présent que Fatma vit légalement en  France, elle peut chercher du travail. Cuisinière de métier, elle espère trouver dans sa branche. En voyant l’affiche du Refugee Food Festival, elle se dit que c’est peut-être une piste. Sandrine Clément-Rivoltella, une des bénévoles de l’événement bordelais, lui fait rencontrer les responsables de Chez Alriq, une incontournable guinguette bordelaise. Le courant passe et un soir de juin 2018, dans le cadre du Refugee Food Festival, Fatma régale 80 personnes d’un couscous à l’agneau.

Une fois l’événement terminé, Sandrine continue d’accompagner Fatma dans ses démarches. L’équipe d’Alriq embaucherait bien la jeune sahraoui mais aucun poste n’est disponible en cuisine… à part pour la plonge. « C’est une phase de transition, précise Cathy, chargée de l’accueil et de la programmation, Fatma travaille magnifiquement bien, est toujours de bonne humeur. Ça n’a pas été compliqué de l’accueillir parce que les personnes qui travaillent Chez Alriq ont toutes des profils très différents. On fait ensemble. On s’entraide. C’est dans la bienveillance que l’on peut bien travailler ». Une approche que partage Katy, elle aussi salariée de la guinguette « Ce n’est pas la première fois que nous embauchons des refugiés. Ici, c’est un lieu un peu particulier, un lieu où chacun peut trouver sa place. Cette notion de bienveillance et de respect mutuel est au centre du projet créé par Rose et Alriq en 1990 ». Si Sandrine aurait préféré que Fatma trouver d’emblée sa place derrière les fourneaux, Fatma, elle ne se plaint pas : elle a un contrat de travail, un salaire, des collègues de travail bienveillants :« je voudrais rester ici. Je ne cherche pas à devenir riche mais à vivre. La vraie richesse, c’est la vie ! ».


Le Refugee Food Festival

Par-delà l’événement

Le Refugee Food Festival est un événement qui se déroule au mois de juin dans plusieurs villes européennes en même temps. À Bordeaux, après quatre éditions réussies (au total 14 restaurants mobilisés et 18 chefs demandeurs d’asile accueillis), les organisateurs, tous bénévoles, cherchent à inscrire leur travail au-delà du simple événement médiatique. Si Sandrine Clément-Rivoltella, la cheville ouvrière du projet, met en relation restaurants et cuisiniers réfugiés le temps du festival, elle s’engage aussi au-delà en suivant et accompagnant les chefs réfugiés sur le long terme. Fatma fait partie de celles et ceux que Sandrine a accompagnés, tout comme Jawad venu d’Irak, aujourd’hui cuisinier dans une clinique bordelaise.


Informations pratiques

Refugee Food festival

http://www.refugeefoodfestival.com

Guinguette Chez Alriq

www.laguinguettechezalriq.com


© Sonia Moumen (rapporteuse des échanges) pour Champs Libres membre de Kus Alliance France